quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sartre foi um homem coerente com o seu pensamento, e o maior expoente da filosofia no século XX. Uma de suas obras mais conhecidas é o Existencialismo é um Humanismo. Defende das críticas que são dirigidas contra seu pensamento. Sartre afirma que o existencialismo é uma posição filosófica que torna possível dar sentido a vida humana.

O existencialismo declara que a existência precede a essência. Esta tese ontológica parte da subjetividade para entender a existência humana. Para Sartre, o homem primeiranente existe, descobre-se, surge no mundo e só depois se defini. Seu primeiro ponto de partida é de analisar o homem na situação em que ele se encontra, e de atribuir-lhe a total responsabilidade. Ao construir a nossa imagem, esta imagem será válida para todos, pois escolhendo-me escolho a humanidade inteira.

A inexistência de Deus é um pressuposto para a liberdade. O homem não encontra nem em si, nem fora de si, realidade alguma que o sustente. Se Deus não existe, não podemos encontrar fora de nós, valores ou imposições que nos legitimam o comportamento. Dessa forma, a liberdade pode ser considerada sendo um projeto, tarefa, que já não tem essência para defini-lo. O homem deve fazer-se, criar-se. Sendo, portanto, projeto, a consciência se lança para o futuro. O homem se afasta do seu passado, do determinismo. Ao projetar-se para o futuro. Veja bem:

Dostoievski escreveu: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Aí se situa o ponto de partida do existencialismo. Com efeito, tudo é permitido se Deus não existe, fica o homem, abandonado, já que não encontra em si, nem fora de si, uma possibilidade a que se apegue. Antes de tudo, não há desculpas para ele. Se, com efeito, a existência precede a essência, não será nunca possível referir uma explicação a uma natureza humana dada e imutável; por outras palavras não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Se por outro lado, Deus não existe, não encontramos diante de nós, valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado por que não se criou a si próprio; e, no entanto, livre por que uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer. (SARTRE, 1973, p. 15-16)

O homem é para Sartre liberdade em seu próprio ser. Quando Sartre define a realidade humana o para-si, através das fórmulas que apresenta está definindo a própria liberdade. A liberdade não é algo que temos, mas que somos. A liberdade humana precede a essência do homem e a torna possível, a essência do ser se acha suspensa em sua própria liberdade. O conceito de liberdade não está separado da realidade humana.

Neste sentido, o debate da questão se o homem é ou não livre, não tem necessidade, pois, ele só pode ser enquanto livre. A liberdade é própria realidade humana, enquanto se faz a si mesma liberdade. A liberdade em Sartre, não é querer tudo, mas, sobretudo corresponde com a responsabilidade. Quanto mais livre, mais responsável o homem tem que ser. A possibilidade de escolha requer do homem a responsabilidade perante as consequências dos atos praticados.

Se o homem é livre, um projeto de si mesmo, autor de seu destino, ele é inteiramente responsável pelo seu destino. Sartre afirma que não há moral que oriente o comportamento humano: nem divina, jurídica, que lhe possa indicar a escolha individual, o caminho a seguir. Para Sartre, o homem tem que seguir a si próprio, ele se torna sua lei e sua moral, ou seja, cada indivíduo cria sua própria moral.

Sendo o homem livre, não pode ter fim a não ser sua liberdade. Sartre coloca a liberdade como fim de toda liberdade. Porém o homem nunca é fim, está sempre por se fazer, projetando-se fora de si mesmo, construindo-se, realizando-se no mundo. A prática da liberdade individual não deve atrapalhar e prejudicar a liberdade de outrem. Segundo Sartre ninguém pode querer sua liberdade sem querer a de outros. A consequencia principal do ateísmo em Sartre é a concepção do homem como liberdade total, absoluta e gratuita, projeta de si mesmo, artífice de seu destino. Isto vai influenciar a negação de toda moral. É o próprio homem sendo responsável pela sua história e pelo mundo.

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