A espiritualidade pascal
Elias Garcia de Moraes
Paróquia N.S. do Rosário de Entre Folhas
1° ano de Teologia
Toda a caminhada quaresmal deve voltar-se para a Vigília pascal. Isto significa dizer que todas as reflexões e práticas quaresmais (jejum, esmola e oração) deve dirigir-se a pessoa de Jesus Ressuscitado.
No ano litúrgico que vivemos e celebramos há uma ressonância desde o nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus. Celebramos os mistérios de Cristo, que vai nos revelando todo seu amor e misericórdia. Santo Irineu afirmava que “o Filho de Deus se fez homem para que o homem se torne Filho de Deus”.
Quaresma é um período de quarenta dias, durante os quais os cristãos se preparam para a celebração da páscoa. Lembra os 40 dias que Jesus passou no deserto, orando e jejuando, antes do início de seu ministério público. Remete também os 40 anos do Êxodo e os 40 dias percorridos pelo profeta Elias até chegar ao monte Horeb. Começa na quarta-feira de cinzas culminando no Tríduo Pascal.
Os cristãos são chamados a celebrar e vivenciar a Semana Santa, principalmente, o Tríduo Pascal, em clima de oração pessoal, comunhão fraterna e eclesial. Com a Missa da Ceia do Senhor, iniciamos o Tríduo Pascal. Celebramos a instituição da eucaristia, do sacerdócio e do mandamento amor. A eucaristia é o sacramento do amor. O gesto do lava-pés é um gesto de humildade, de serviço e de amor. O serviço é a própria realidade concreta do amor. Só é capaz de servir, quem ama! A missão do cristão é amar! Simplesmente amar. Manifestando por gestos, palavras e atitudes a presença do Cristo em nós e entre nós.
A sexta-feira é dia de silêncio. A salvação e a redenção são dons que o homem só pode acolher e agradecer. Deus usa a misericórdia para libertar o ser humano do pecado. Deus usa a misericórdia para renovar o ser humano. O perdão renova o coração do homem. Na cruz Jesus renova totalmente o ser humano. Na cruz Jesus sela definitivamente a aliança entre Deus e o homem. Por isso, para o cristão a cruz é sinal de vitória, pois, Jesus venceu a morte.
Muitos daqueles que o condenaram, pensavam que matando Jesus silenciaria sua voz. Ninguém mais ouviria falar de Jesus. Os apóstolos ficaram tristes, desanimados, com a morte do mestre do amor, na cruz. Porem, três dias depois Jesus ressuscita. A ressurreição de Jesus testemunha que a vida tem sentido quando o amor é vivido até as ultimas consequências. Ele está no meio de nós, caminha conosco, age e participa de nossas vidas.
Este anúncio é o centro da fé cristã: Alegrem-se, Jesus ressuscitou! Aquele mesmo Jesus que morreu, foi crucificado, venceu a morte, comunica-nos a sua alegria e sua vida. A passagem da morte para a vida, da tristeza para a alegria é a ressonância da Ressurreição em nós.
Os apóstolos se alegraram, se animaram, fortaleceram sua fé, com a ressurreição de Jesus. A partir daí começaram a evangelizar e anunciar o Jesus Ressuscitado. E esta é a missão da Igreja e de todos os cristãos, testemunhar a nova criação que Deus iniciou no mundo
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