segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A compreensão cristã do milagre


Há diferentes interpretações sobre o milagre. Muitos analisam sendo um fato prodigioso, descido do céu, uma intervenção divina nas situações humanas e nas leis da natureza.

Com base na reflexão bíblica cresce a compreensão para a função religiosa de sinal do milagre. No evangelho de São João, aparece uma serie de ações concretas que o autor considera como sinais: relato de cana, a cura do filho do oficial real e a do paralitico. Em geral todos esses fatos são também considerados como milagres.

A ciência hoje explica o que antes não se explicava. A ciência afirma que milagre e o que não tem uma explicação natural e que é cientificamente insolúvel.

O termo milagre provem de miraculum, isto é, algo de admirável, que causa admiração. Milagre é aquele fato ou realidade, adimiraveis em que o homem percebe a presença de Deus que se revela. Na bíblia milagre pode ser fatos comuns ( por do sol, beleza da natureza) ou fatos incomuns ( curas, revivificação de um cadáver). As palavras mais usadas na bíblia para expressar aquilo que chamamos de milagre são: sinal, força, coisa admirável.

A característica essencial é revelar a presença de Deus: uma força que atua provocando uma coisa admirável, por isto se torna um sinal de Deus. a reflexão bíblica considera o milagre como uma palavra que Deus fala ao homem afim de comunicar algo. Nessa mesma pespectiva, a bíblia vê os sinais de Deus na vida cotidiana, nas coisas comuns da existência e a historia do passado.

Carlos mesters considera que o milagre bíblico é visto de forma bilateral: de lado supõe a atuação de Deus, de outro o olhar de fé do homem. Diante do milagre não é importante perguntar se é verdade, mas qual a mensagem que Deus quer transmitir. Os milagres realizados na bíblia não é magia, superstição, pois também havia deuses milagreiros entre os pagãos. Para ter fé não é preciso evidentemente de milagrismos, a fé não corresponde com princípios de que é necessário milagres para crer. O caminho mais seguro para fé não são prodígios, mas um encontro pessoal com Jesus.

As expressões usadas nos evangelhos para definir as obras realizadas por Jesus são: dynamis (ato de poder) ergom (obra) e semeiom (sinal). Os milagres de Jesus foram vistos pela comunidade primitiva como expressão do amor de Deus e não tanto para exaltar a sua pessoa. Jesus não faz por fazer, ou para satisfazer as curiosidades humanas, nem para se auto promover. Jesus nega a Herodes que desejava ver milagres (Lc, 32, 8) no deserto a pedido do demonio (Lc, 4. 3-12).

A maioria da multidão que procurava e acompanhava Jesus desejava os milagres para crer, mas Jesus conhecendo seus corações não executa ações que levassem o povo a admirá-lo por causa dos fatos (fora de comum) realizados (Jo, 6, 26). Assim Jesus não faz nenhum milagre em Nazaré por causa da falta de fé.

Jesus comunica através dos sinais a mensagem da presença amorosa de Deus no meio do povo. È engano ficar somente na dependência do milagre e dispensar a nossa atividade. O critério evangélico é mudança de vida, de criar uma intimidade com Deus que se revela em Jesus sendo um Pai amoroso. Cada um deve perceber em sua vida a presença de Deus de maneira particular.

Albert Einstein afirma que há duas maneiras de viver a vida, primeiro não acreditar que não existe milagre, a segunda é acreditar que tudo é milagre. De fato, a vida é um milagre. Os sinais não provem de poder mágico e divino. Os milagres fazem parte de uma doação de amor livre e espontâneo de Deus ao homem.

Nada melhor que a própria Sagrada Escritura para nos mostrar o verdadeiro sentido do milagre. Em nossos dias

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