quarta-feira, 5 de maio de 2010

O Iluminismo

Época de grandes contrastes sociais, políticos, econômicos e religiosos. Esse período marca profundamente os rumos da história. Nota-se que, muitos fatos históricos marcantes não se podem ser denominados como males do século, pois muitos acontecimentos foram à culminância de fatos passados.

Desde o século XIII, João Huss (1369- 1415) que foi condenado pela Inquisição Romana, defendia a separação entre Igreja e Estado, além da liberdade de opinião. O que só foi ocorrer durante o Iluminismo, mesmo assim os conservadores tentaram de tudo para manter a ordem. Esse período mudou completamente o modo de pensar do mundo. A autonomia do indivíduo como ponto de partida para a determinação da vontade e do agir do homem. O Iluminismo exerceu influência maior nos paises protestantes. Na Inglaterra, filósofos como Locke e Hume que são empiristas defendiam a liberdade de expressão para o estabelecimento das ideias iluministas.

A burguesia entrou no seu auge, uma grande conquista contra o sistema feudal foi sua substituição pelo capitalismo. A ciência no século das luzes foi privilegiada pelas defesas dos iluministas, que viam nela o progresso e o desenvolvimento, transformando-a em um mito do cientificismo, pois, a partir de então as respostas seriam buscadas na ciência que se tornou a fonte da verdade e do conhecimento. Desta vez, a ciência se afasta da metafísica por completo, não somente das questões metafísicas, mas de todo dogmatismo, que contém verdades inquestionáveis pelo ser humano.

O Iluminismo foi originado na Europa, especialmente na França, do século XVIII. Seus principais representantes foram: Voltaire, Diderot, D’Alembert, Helvetius, Holbach e Rousseau. Em termos gerais, era a linha filosófica caracterizada pelo empenho em estender a crítica e o guia da razão a todos os campos da experiência humana. Possuía uma confiança decidida na racionalidade humana e propunha um despreconceitoso uso crítico da razão, voltado para a libertação em relação aos dogmas metafísicos, aos preconceitos morais, as superstições religiosas, as relações desumanas e as tiranias políticas. Enxergava na tradição uma força hostil que mantinha viva crenças e preconceitos, por isso, colocam não mais a tradição e sim a razão como fonte da verdade.

Os pensadores iluministas tinham em comum a defesa da pessoa humana e dos direitos básicos: a vida, a justiça e a liberdade. Combateram as tiranias dos governantes absolutistas.

Rejeitaram ardorosamente as teses que pretendiam justificar as arbitrariedades absolutistas, afirmando que, o poder real emanava da vontade divina. As explicações de Thomas Hobbes (1588 - 1679) e Jacques Bossuet, teóricos do absolutismo, eram, para os iluministas, absurdas e contrárias à razão. Ressoando dentro dos palácios, os pensamentos iluministas acabaram influenciando alguns monarcas da época. Trata-se dos déspotas esclarecidos que buscavam conciliar o seu poder absoluto com uma ação democrática de governo. Entre os principais déspotas esclarecidos estão: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; José II, da Áustria e Marquês de Pombal, em Portugal.

Alceu Pazzinatto (2002) descreve que Kant viu de perto a revolução francesa e acompanhou seus idealizadores. Até 1787, o dever de todo francês era ser católico, até os menos piedosos. A revolução criou o processo de secularização: destruição de templos, execução de padres que se revoltava contra o movimento além da confiscação dos bens dos mosteiros e paróquias. A partir daí, o clero tinha de obedecer ao Estado.

Houve uma tentativa de criar uma Igreja Constitucional Francesa, porém a crise entre o Império e o papado não se firmou, sendo fechado um acordo entre eles depois de muitas negociações. Robespierre, um dos idealizadores mais convictos, se tornou o grão-sacerdote do culto deísta da razão no ano de 1794. Em 1793, houve uma mudança do calendário cristão por um calendário republicano. A revolução tinha como um dos objetivos a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Proclamação da República em 22 de setembro de 1792.

Considera-se a revolução francesa de 14 de julho de 1789, o acontecimento político-social mais espetacular e significativo da história contemporânea. Foi o maior levante de massas até então conhecido, que marcou o encerramento da sociedade feudal e abriu o caminho para a modernidade. Inaugurou-se uma nova era, um período em que não se aceitaria mais a dominação da nobreza, nem um sistema de privilégios baseado nos critérios de castas (divisão da sociedade determinados pelo nascimento, em nobres, plebeus e pessoas comuns). Só se admitia desde então um governo que, legitimado constitucionalmente, fosse submetido ao controle do povo por meio de eleições periódicas.

O lema da revolução, Liberdade, Igualdade, Fraternidade universalizou-se, tornando-se no transcorrer do século seguinte uma bandeira da humanidade inteira.

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