quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Uma compreensão da humanidade e divindade de Jesus


Duquoc (1977) afirma que a partir da encarnação o conhecimento de Deus passa pelo conhecimento de Jesus. Jesus é o rosto humano de Deus “quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 8). Um dos termos usados pela Igreja na profissão de fé nicena para definir a comunhão entre Deus e Jesus, é o da consubstancialidade.

De acordo com Feullet (1971), termo consubstancial (homoousios) pode ser visto a partir do ser de Deus. Jesus é da mesma substância do Pai, por que na verdade, o Pai é da mesma substância do Filho, isto resulta em que só podemos falar a respeito de Deus, falando a respeito desse homem Jesus.

Jesus tinha um corpo plenamente humano (sarkotenta) se fez carne, habitando entre nós. Não desceu do céu aparecendo repentinamente sobre a terra, mas foi concebido no ventre de uma mãe humana, como qualquer outra criança. Jesus crescia "em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens" (Lc 2,52).

Duquoc (1977) sugere que na Sagrada Escritura percebe-se que Jesus possuía um pleno sentido físico e psicológico, pois, são atribuídos a Ele os mesmos tipos de qualidades emocionais e intelectuais encontradas em outros humanos.

Ferraro (2004) salienta que são neste contexto que se investiga as possibilidades do encarnar-se (sarkotenta) e tornar-se humano, fazer-se gente (enanthropesanta) referindo ao texto de Jo 1, 14, pois o que conta neste contexto não é a masculinidade de Jesus, mas sua humanidade. "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai".

Acrescenta Ferraro (2004) que a palavra grega sarx significa o corpo inteiro das pessoas, ao corpo humano, de ordem natural ou física em oposição à ordem sobrenatural. Deus se faz presente na história humana de Jesus. Deus não é totalmente transcendente, pois a humanidade de Jesus atesta a imanência de Deus.

Esta dimensão humana é completada no conceito pela palavra (enanthropesanta) torna-se humano, a palavra grega anthropos significa ser humano, ser gente, ser da raça humana, ser um de nós. Deus se fez um de nós, tornou - se humano.

Por causa da encarnação, o conceito de Deus, quando afirmamos que Jesus é Deus, é compreendido pelo que Jesus viveu em sua experiência de homem. Jesus não é um ser híbrido, isto é, uma terceira espécie de ser que resultaria da mistura do divino com o humano.

Quando se afirma que Jesus é Deus estabelece uma união entre duas naturezas distintas de ser: humana e divina é o que se denomina de união hipostática. Jesus possui o mesmo ser de Deus. Tornando-se homem o Filho de Deus faz-se de forma pessoal sujeito das experiências humanas.

Lúcio Hammes (1999) confirma que a natureza humana de Jesus se conhece pela sua prática, sua vida, os testemunhos dos apóstolos, sua inserção na história. Só temos um caminho para conhecer a natureza divina, saber como é Deus: por meio de Jesus é que conhecemos quem é e como é Deus (Jo, 14, 5-9).

A simples face humana de Jesus é o reflexo verdadeiro de Deus. A vida de Jesus é uma vida simplesmente humana, embora fosse de divina condição. Jesus em seu gesto mais humano, manifesta a sua divindade.

Em tudo Jesus tem consciência de que age como Deus agiria. Ele realiza a ação de Deus em favor dos seres humanos. As suas parábolas falam de ovelha transviada, de dracma perdida, de filho que abandona a casa paterna. Com suas ações, Jesus quer demonstrar para seus seguidores, que se acham irritados com suas relações com o impuro, que Deus se dirige as pessoas perdidas e vulneráveis. Jesus age como Deus age. Deste modo, ele afirma que o próprio Deus está presente nas suas ações e palavras. (SCHILLEBEECKX, 1989, p.33).

Jesus cresce em estatura, idade, sabedoria e principalmente cresce na graça, em comunhão com o Pai. O seu desenvolvimento humano é semelhante a qualquer outro homem. Embora fosse Filho de Deus, poderia antecipar todos os acontecimentos futuros, como se Ele tivesse sido predestinado a viver em nosso mundo.

Por meio da encarnação Deus está ativamente em sintonia, em comunhão com os homens. A manifestação do ser de Deus, de sua natureza e presença se dá num mundo acessível à experiência humana. A epifania (epi é uma preposição grega que significa entre, no meio e fania significa manifestação). Diferentemente da teofania, que é a manifestação de Deus, que podia ser através dos fenômenos da natureza (trovões relâmpagos, chuvas, e outros).

Em Jesus a manifestação de Deus acontece entre os homens, Deus se faz homem, experimenta a vida humana. Jesus é a plenitude da união do humano com o divino. Jesus representa o homem diante de Deus. Neste sentido, Deus se fez realidade plena em Jesus.

A importância da figura histórica de Jesus


A pessoa humana de Jesus é atraente e apaixonante, considerado pelos cristãos sendo o revelador do Pai, filho de Deus, feito carne. Um Deus que se faz homem, que vive em nosso tempo. Em sua época era inaceitável conceber um Deus pessoal. A compreensão de Deus era sobre a realidade divina impessoal. O nosso Deus é um Deus (Pessoa), que se relaciona com os seres humanos.

Daí a grande dificuldade de compreender e aceitar Jesus sendo um homem que revela Deus. Uma das perguntas mais pertinentes é se Ele de fato foi um de nós, passando por todas as tentações e inquietações da existência humana, se era completamente humano.

Esses questionamentos giraram os séculos do cristianismo. Como era a relação humana de Jesus, o Filho de Deus, o revelador do Pai?

Johan Konings (1999) esclarece que não sabemos quase nada da pessoa de Jesus de Nazaré, antes de seu batismo. Ele nasceu provavelmente pouco antes da morte do rei Herodes, o Grande, em 4 a.C. Seu nascimento em Belém, é também provável que seja uma afirmação teológica baseada no Primeiro Testamento, cujo objetivo era afirmar o messianismo davídico de Jesus.

A sociedade galileia do tempo de Jesus era fortemente patriarcal, conservadora em assuntos religiosos dividida do ponto de vista econômico. A educação familiar recebida por Jesus tinha caráter profundamente religioso.

Sua própria vida pública começa na experiência do batismo ministrado por João Batista, mudando completamente sua vida, pois, no batismo assume a sua missão.

Nasce a preocupação de muitos teólogos, cientistas em investigar a historicidade da pessoa de Jesus, resgatando sua relação humana. O homem- Deus, Jesus, foi humano em sentido concreto?

Todos reconhecem que Jesus de Nazaré introduz no mundo um conjunto de comportamentos, de valores, de atitudes. De certo modo Jesus representa uma nova etapa no processo moral e social da humanidade.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A complexa imagem do profeta bíblico


Neste trabalho propus questionar a figura do profeta bíblico, suas propostas e desafios, relacionando com a minha compreensão que tinha (ou foi transmitida). A figura do profeta baseia na defesa dos direitos humanos e na vontade de Deus. Etimologicamente a palavra significa aquele que fala em nome de outro. Neste sentido, o profeta é aquele que fala, proclama, ou seja, é o porta-voz de Deus. Para interpretar a missão do profeta é necessário refletir sobre sua origem, a cultura de sua época, os fatos marcantes e o ambiente onde foi educado.

A imagem do profeta bíblico é muitas vezes compreendida sendo negativa. Alguns pensam que ser profeta é ser vidente, um adivinho das coisas sobrenaturais. Outros pensam que os profetas nos mostram o véu do outro do mundo, de um reino escatológico, fora da nossa realidade.

Unido a Deus, o profeta vive ao mesmo tempo, unido ao seu povo. Não é alguém que está fora da realidade de seu povo, pelo contrário, o profeta é um homem ativamente inserido na realidade de seu povo. É um homem que sempre percebe ação de Deus na sua vida e na história de seu povo.

Diante disso, muitos podem tem uma interpretação de que a missão do profeta é de predizer o futuro, de falar sobre a eternidade e imortalidade, ou seja, muito preocupado com o reino escatológico de Deus.

Na verdade a missão do profeta é justamente de construir o reino de Deus na história. A preocupação geral do profeta é a realização do plano de Deus no mundo, se baseando, na maioria das vezes, na Torá. A pregação dele é de orientar o povo na fidelidade assumida na aliança com Adonai.

Na origem do profetismo, ele surge não do lado do poder, da instituição, da ciência, do racional, do sistema. Surge mais do lado da popular, do oráculo, da oração, da mística.

Eram muitos preocupados em resolver os problemas de seu povo, sempre iluminadas pela Palavra de Deus. Os reis geralmente procuravam apoio destes grupos, pois, na maioria das vezes os reis, pretendiam exercer o poder em nome de Deus.

O apoio dos profetas significava o apoio de Deus, era a confirmação divina do poder humano. Assim no começo da história do povo da Bíblia, todas as mudanças no poder tiveram o apoio de um profeta, não é de se admirar que isso aconteça ainda hoje, pois os políticos sempre fazem isto.

Outro ponto a destacar é que os verdadeiros profetas fazem uma experiência profunda de amizade com Deus. O profeta experimenta a presença de Deus, no meio do povo e esta experiência de Deus é a fonte de liberdade diante dos poderosos.

Essa experiência de Deus é sempre uma experiência do Deus que libertou o povo do Egito: Deus libertador, misericordioso, da Aliança. É um Deus que caminha e participa da história de seu povo.

Ao mesmo tempo o profeta está ligado diretamente com a realidade do povo, exige a observância dos compromissos assumidos de ser o povo de Deus, por isso, está sempre pedindo fidelidade. A denúncia das injustiças, era ao mesmo tempo, anúncio do amor de Deus e apelo à conversão.

O profeta luta para que a vida do povo seja de acordo com o projeto da Aliança. Não manifesta medo para profetizar, exige dos governantes atitudes e comportamento de acordo com o projeto de Deus. Desperta a consciência de ser povo de Deus, da prática do amor e da justiça.

A leitura profética da história tem como finalidade ajudar-nos hoje a ler a nossa história com olhar de um profeta. Um homem que tem uma profunda relação com Deus, e ao mesmo tempo, está integralmente ligado na vida de seu povo. Ser profeta hoje é permanecer fiel no amor de Deus e ao amor com os irmãos.

Há muitos sinais desta presença profética tanto na Igreja como fora dela. Não se pode separar o profeta do relacionamento com a comunidade, com a realidade de seu povo. Ser profeta é buscar realizar o reino de Deus na história.

O Deus que nós cristãos cremos, não é um Deus que está distante de nós, mas de um Deus que age, participa, caminha conosco. Deus estabelece livremente um diálogo com a humanidade.

domingo, 19 de setembro de 2010

tudo pela educação!!!!

tudo começa pela educação!! tudo se transforma pela educação... se queremos em Brasil melhor, temos que começar pela educaçao... os investimentos na educação é muito pouco em vista da necessidade: estrutura, bibliotecas de livre acesso de livros filosofia, história etc... educação significa conscientização, humanização... o homem no século XXI deve ser humanizado...quem não conhece Paulo Freire, Rubem Alves ? eles sim, são homens que acreditam e lutam na educação... merecia ser presidente pela competência...

Vote consciente!!!

A história ensina nos muito a cada dia... erramos nas escolhas de nossos candidatos a vereadores, prefeitos, deputados... pois não participamos da vida política, não conhecemos os verdadeiros motivos e interesses dos políticos em sua candidatura... somos também responsavéis pelos fracasos políticos da nossa nação...somos nós que elegemos... sirvo-me deste meio virtual para dar meu parecer sobre a política brasileira!!! chega de ficha suja!!! chega de promessas!!! queremos mudanças significativas!!! saúde para todos, educação de qualidade, segurança, moradia, trabalho, e principalmente dignidade e justiça!!!! da nossa parte jovens, vamos votar em quem promove e defenfe a vida, o bem comum!!!

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